Por que viajamos?

[tempo de leitura: 5 min]

O lar é lugar de acolhimento, segurança, conforto e provavelmente você já sabe disso. É nele onde descansamos, mas também ganhamos força para nos desenvolver e vamos para a vida. Contudo, existem vivências que só podemos experienciar fora. Por isso, inspirada nas minhas mini férias neste março de 2023, trouxe esse assunto para cá já que ele também faz parte da vida.

Afinal, se amamos tanto nossa casa, para que fazemos viagens? Porque nem só de casa vive um morador. Existem experiências e aprendizados que só podemos viver fora de nossas moradas, ou seja, fora da zona de conforto.

As viagens são assim: um chamado para o desconhecido. E acredito que por isso, são uma metáfora da jornada da vida. Você pode planejar os mínimos detalhes. Mas tudo (ou nada) pode acontecer. As mínimas mudanças acontecem e precisamos nos adaptar quando menos esperamos.

Ao mesmo tempo, essas aventuras fora são uma das maneiras mais diretas de troca cultural que nos faz observar como tudo poderia ser diferente. E para todas as experiências com o externo, levamos nossa percepção interna com a gente. Especificamente aqui me refiro ao que temos de referencial de lar.

Exemplo: você já se imaginou “e se eu morasse aqui” em alguma viagem sua? Se sim, é algo natural, pois cada viagem será absorvida a partir do seu próprio “senso de sentir em casa”. Carregamos no corpo nossas referências pessoais que vem sendo construída há anos e anos…

“Não importa que a tenham demolido:
A gente continua morando na velha casa em que nasceu”

Mário Quintana

Observando as últimas experiências, as primeiras horas fora da cidade onde moro me fizeram me sentir bem imediatamente só de olhar para o céu, pois foi onde lembrei de Brasília. O pôr do sol me fez me sentir em casa porque é o que carrego de referência comigo.

E o interessante é que até parar para escrever este texto, não era algo tão consciente assim para mim. Ou seja, viajar também estimula o autoconhecimento e o pertencimento. Se você se permitir, tudo pode virar aprendizado e reflexão.

Mas ressalto que não necessariamente vamos gostar de lugares que somente pareçam a nossa cidade atual ou cidade natal. O chamado para se sentir bem em um outro local pode estar acontecendo a cada saída que você faz ou mesmo numa oportunidade de vida que se abre sem ao menos ter conhecido antes a cidade ou o país que lhe apareceu no horizonte. Pode ser que essa viagem na verdade seja algo definitivo para o seu futuro e cabe a você abraçar essa mudança.

Quanto mais eu trabalho com ambientes residenciais, mais percebo que nem tudo viveremos dentro de nossa própria casa – e que bom! Algumas experiências só poderão ser vividas fora dela até para nos conhecermos melhor. A nossa casa corpo continua a sentir e aprender com o mundo.

A gente se inspira fora para poder depois voltar e inspirar dentro com mais descanso, presença e criatividade. E é assim que me sinto hoje, renovada para recomeçar a rotina de trabalho após meu ciclo novo, ano novo astrológico e o outono!

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Nos lemos em breve,
Mari

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